segunda-feira, outubro 16, 2006

PlayOnTape no Público

A edição de ontem do jornal Público trouxe um artigo da autoria de Pedro Rios sobre os blogues nacionais que se dedicam à "arqueologia musical nacional", ou seja, desenterrar as velhas cassetes e discos de música portuguesa que ficou desconhecida ou passou ao lado de muita gente. O PlayOnTape foi um dos blogues mencionados. Deixo aqui o artigo na íntegra ou o link para quem preferir.

Internet estimula arqueologia musical
Pedro Rios

Blogues escrevem história da música portuguesa. Imagens e música que se julgava perdida são partilhadas na rede

Lembra-se do Conjunto Académico Kings, uma espécie de Beatles de Vizela? Ou dos Aqui d"el Rock, pais do punk português, ou dos Sindicato, uma das primeiras bandas de Jorge Palma? Estes e outros nomes da história do rock português estão no Rock em Portugal. O blogue é um dos poucos mas firmes esforços de recuperação da memória musical portuguesa na internet, empreendidos por coleccionadores e melómanos.
Capas de discos, fotografias e recortes de jornais época são publicados regularmente no blogue por Aristides Duarte, um coleccionador com 46 anos que encontrou na internet a possibilidade de partilhar o seu espólio. Fundado em Março, o Rock em Portugal já deu origem a um livro (Memórias do Rock Português, edição de autor), e gerou uma comunidade de nostálgicos que contribuem com mais conteúdos. Na mesma linha, blogues como o PlayOnTape e o Portugal Underground colocam em formato mp3 maquetas e raridades de bandas nacionais dos anos 80 e 90 do século XX, cujo download é gratuito.
"Nunca pensei que fosse ter tanto sucesso. Contactaram-me músicos dos anos 60 e 70 que nunca imaginei que o fariam. Alguns até dizem: "Como é que se lembrou que nós existíamos?", conta Aristides Duarte.
No PlayOnTape, a música é menos antiga, mas nem por isso fácil de obter por outras vias. Estão disponíveis para download maquetas de bandas de rock independente dos anos 90, cassetes obscuras de música experimental e punk, objectos que se julgavam perdidos para sempre nas colecções pessoais de poucas pessoas. Fernando Ferreira quis fazer um "manual histórico da música moderna portuguesa", já que se contam "pelos dedos de uma mão os sites portugueses" sobre as duas décadas finais do século XX.
As reacções têm sido positivas: "Algumas bandas já nem se lembravam que tinham gravado aquelas maquetas ou que alguém se ia lembrar delas. A outras bandas parece que o PlayOnTape deu força para voltarem novamente a fazer música". Uma delas vai editar na MiMi Records, a netlabel (editora que distribui obras em mp3 gratuitamente) de Fernando Ferreira.
Inspirado pelo PlayOnTape, Paulo Silva pensou que seria "uma boa ideia" partilhar a "grande colecção de cassetes" de metal que vem reunindo desde o início dos anos 90 com a "malta mais nova que não conhecia e com os mais saudosistas que perderam os registos". Fundou o Portugal Underground, onde coloca mp3 de maquetas e discos fora de circulação. Este tipo de projectos vai fazendo o papel das editoras, já que "as apostas neste tipo de reedições [de música menos conhecida] têm sido praticamente inexistentes", diz.
"Há uma carga nostálgica nisto", reconhece Fernando Ferreira. "Não só pela música em si, mas também pelas amizades que fiz ao longo deste tempo todo com o pessoal das antigas editoras de cassetes, músicos e pessoas com quem trocava música. Alguém disse "Recordar é viver" e é isso que estou a fazer".

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

já toda a gente sabeque a play ontape é fixee bacana.

5:23 da tarde  
Blogger António Caeiro said...

Parabéns pelo trabalho já reconhecido pelo elevado nº. de visitantes a este excelente PlayOnTape.
E que venha dai mais musica.
Um abraço.

10:33 da tarde  
Blogger Farhan Tanvir said...

Este comentário foi removido pelo autor.

8:39 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

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11:32 da tarde  

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